Desespero para “fazer caixa” pode ter motivado Regime de Urgência aplicado a projeto que Reforma a Previdência no Paraná, afirma Requião Filho
Para
tentar aprovar o quanto antes o projeto que modifica a previdência estadual no
Paraná, o Governo Ratinho Jr enviou projeto, esta semana, para a Assembleia
Legislativa para tramitar em regime de urgência. Entretanto, uma análise mais
detalhada por parte da equipe de assessoria do Deputado Estadual Requião Filho,
apontou inconsistências e prejuízos irreparáveis em vários pontos do projeto
apresentado pelo governador.
Dentre eles, está a revogação do Artigo 15, da Lei
17.435/2012, que isenta a cobrança da alíquota para servidores inativos portadores
doenças graves.
“Trata-se
de uma armadilha, com texto que esconde detalhes que precisam ser revistos ou
trarão consequências irreversíveis. Como o benefício que era concedido a
aposentados e pensionistas que sofrem com tuberculose ativa, alienação mental,
esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia
irreversível, cardiopatia grave, doença de Parkinson, AIDS, nefropatia e
outras. Eles perderão este direito”, pontuou o deputado.
Requião
Filho chama atenção também para o Projeto que não apresenta o que será feito
com o fundo previdenciário daqui a alguns anos, dando margem para que seja sacado
para outras finalidades no futuro.
“Essa é
uma das nossas grandes preocupações. Pode vir um governador, daqui a alguns uns
anos e, como fez o Beto Richa em 2015, sacar o fundo para aplicar em outras
finalidades, sem relação com a previdência dos servidores. Sem contar que o
Projeto não apresenta estudos atuariais, além das regras de transição que não
estão bem esclarecidas”, alerta.
Outro
ponto crítico, segundo o Deputado, é o fato de que o Projeto, tramitando em
Regime de Urgência, não possibilita o debate adequado e uma análise mais
rigorosa do texto que, numa primeira avaliação, possui inúmeros erros.
“São vários
os equívocos que demonstram que o Projeto foi escrito às pressas. Não é justo
que seja feito assim! Precisamos de mais tempo para avaliar e debater a
proposta”.
Requião
Filho também chama atenção para outras medidas que podem trazer prejuízos a
policiais, professores, enfermeiros e demais servidores. Da maneira como foi
apresentado o pacote de medidas enviado a ALEP, a partir do próximo ano:
- Aposentados
e pensionistas que ganharem mais de dois salários mínimos, passarão a ser
taxados em 14%;
- A alíquota
de desconto dos servidores ativos também passará de 11% para 14%;
-
Portadores de doenças graves, antes isentos, agora serão taxados em 14%;
-
Servidores que ainda não se aposentaram, quando o fizerem, além do desconto de
14%, deverão arcar com uma contribuição complementar para manter seus
rendimentos;
- E se
ainda, com tudo isso, em caso de comprovado déficit no sistema, o Governo poderá
instituir uma cobrança extraordinária.
“Vamos
cobrar estudos mais consistentes, que nos mostrem onde está o déficit e o porquê
de medidas tão amargas em cima do servidor público. O Paraná não era a tal ilha
de prosperidade que eles costumam vender por ai? Por que trazer um regime tão
opressor em cima de que dedica sua vida ao Estado, não poupando sequer os
portadores de doenças graves? Há outras formas de economizar, Governador!”