O
Governo anunciou nessa quarta-feira (24) a liberação do saque das contas ativas
e inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que se inicia no
mês de setembro. A previsão é injetar R$30 bi na economia do país para
estimular o consumo.
Além
disso, foi determinado um limite de saque de R$ 500 por conta, portanto um
trabalhador que tenha duas contas inativas e uma ativa, poderia sacar, no
máximo, R$ 1.500. Os saques anuais poderão ser feitos a partir de 2020.
Essa
renda extra, mesmo que não tão significativa, pode vir em boa hora, mas é
preciso cuidado para não utilizá-lo em gastos desnecessários. "Muitas
pessoas usam rendas extras em compras que não precisam sem considerar sua
situação financeira atual, entrando numa bola de neve de inadimplência.
Infelizmente, isso é comum", conta o presidente da DSOP Educação
Financeira, Reinaldo Domingos.
De
acordo com o educador, a decisão de sacar o FGTS ou não vai depender justamente
da situação financeira em que a pessoa se encontra. "Se você está em uma
situação financeira confortável, a melhor orientação é tirá-lo imediatamente da
conta corrente e direcioná-lo para uma aplicação que tenha melhores
rendimentos".
Confira
orientações para quem está em situação de inadimplência, de equilíbrio
financeiro e também para quem já tem o hábito de investir:
Em
situação de inadimplência
Caso
o valor resgatado seja suficiente para quitar a dívida em atraso totalmente,
é interessante agir dessa forma. Mesmo assim, é válido negociar e conseguir
descontos, diminuindo grande parte da dívida, para então fazer o pagamento à
vista. Por outro lado, se não for para quitar 100% da dívida, é mais
interessante investir o valor e para ter força para negociar no futuro.
De
uma forma ou de outra, o principal a ser feito nessa situação delicada é se
educar financeiramente, ou seja, mudar seu comportamento para não mais retornar
à inadimplência. O primeiro passo é olhar para a sua situação de forma honesta
e levantar todos os números, traçando um planejamento para renegociar a
dívida – agora ou no futuro – em parcelas quem respeitem o orçamento mensal.
Em
situação equilibrada ou de investidor
Ainda
não ter um objetivo estabelecido para o uso dessa renda extra é um
comportamento é preocupante, já na ausência de uma meta, o valor pode acabar
ser utilizado em compras supérfluas e de pouca importância, ao invés de
contribuir para a conquista de um sonho. Cada pessoa deve ter no mínimo
três: um de curto prazo (a ser realizado em um ano), outro de médio prazo
(entre um e dez anos) e outro de longo prazo (a ser realizado a partir de dez
anos).
Mesmo
nessa situação, é orientável fazer o saque das contas assim que possível e
aplicar o valor em investimentos como poupança, CDB e tesouro direto, entre
outras, que rendam mais do que o FGTS, atualmente em apenas 3% ao ano. A
modalidade escolhida precisa corresponder ao prazo em que se deseja realizar o
sonho, tendo em vista a possibilidade de resgatá-lo no momento desejado sem
perder rendimentos.
Reinaldo
Domingos está a frente do canal Dinheiro à Vista.
É Doutor em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de
Educadores Financeiros (Abefin –www.abefin.org.br) e
da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br).
Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia
Financeira.