Os ataques
criminosos ocorrem desde abril e foram comunicados à Procuradoria-Geral da
República e à Polícia Federal para investigação
A
força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no (MPF/PR) vem a público
prestar esclarecimentos sobre as investigações em curso sobre a ação criminosa
de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério
Público Federal, invadindo e clonando aparelhos celulares e contas em
aplicativos de comunicação instantânea. Pelo menos desde abril os procuradores
da força-tarefa vêm sendo atacados, portanto, muito antes das notícias de
ataques veiculadas na última semana.
Assim que
identificadas as tentativas de ataques contra seus celulares, os procuradores
da Lava Jato comunicaram a notícia do crime à Polícia Federal e à
Procuradoria-Geral da República no objetivo de obter uma ação coordenada na
apuração dos fatos.
O modo de
agir agressivo, sorrateiro e dissimulado do criminoso é um dos pontos de
atenção da investigação. Aproveitando falhas estruturais na rede de operadoras
de telefonia móvel, o hacker clonou números de celulares de procuradores e,
durante a madrugada, simulou ligações aos aparelhos dos membros do MPF. Para
tanto, valeu-se de “máscaras digitais”, indicando como origem dessas ligações
diversos números, como os dos próprios procuradores, os de instituições da
República, além de outros do exterior. As ligações eram feitas durante a noite
com o objetivo de identificar a localização da antena (ERB) mais próxima do
aparelho celular, viabilizando assim a intrusão, além de fazer com que o ataque
não fosse descoberto.
O hacker
ainda sequestrou identidades, se passando por procuradores e jornalistas em
conversas com terceiros no propósito rasteiro de obter a confiança de seus
interlocutores e assim conseguir mais informações. O hacker ainda tentou fazer
contato com alguns procuradores utilizando-se de identidade virtual falsa e com
tom intimidatório, mas suas investidas não foram aceitas pelos procuradores.
Além disso, foram identificadas tentativas de ataques cibernéticos a familiares
próximos de procuradores, o que reforça o intuito hediondo do criminoso.
Conforme
divulgado em 14 de maio, a Procuradoria-Geral da República determinou a
instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a apuração de
tentativas de ataques cibernéticos a membros do Ministério Público Federal,
sobretudo procuradores que integram a Força Tarefa Lava Jato. No âmbito da PGR,
foram ainda determinadas providências à Secretaria de Tecnologia da Informação
e Comunicação (STIC) no sentido de diagnosticar eventuais ataques e resolver o
problema de forma definitiva.
As
investigações nos diversos âmbitos prosseguem.