Por José Luiz Tejon Megido, mestre em Educação Arte e História
da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho
Científico Agro Sustentável (CCAS).
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse em reunião na
Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), que, com certeza devido a
Peste Suína na China – que já deve ter dizimado cerca de 200 milhões de porcos –
“venderemos menos soja, mas venderemos mais carnes”. Ainda disse a ministra: “agregaremos valor, vendendo menos soja, a 500
dólares a tonelada, versus suíno, frango e bovinos, a dois mil dólares a
tonelada”.
Nada como o bom acaso para nos
proteger, como cantou os Titãs. Ou seja, a China está em meio a um grave drama
que elevará também a sua inflação. Por ser o principal cliente do Brasil, não
significa boa notícia.
Suinocultores brasileiros esperam,
sim, vender mais e a melhores preços, mas não há rebanhos no mundo que possam
suprir o drama chinês. Por outro lado, devido a demanda menor da soja, a
oleaginosa segue com preços menores, e a China no 1° trimestre deste ano
importou no geral menos 14% do que em 2018.
A Agência Reuters informa que a
Peste Suína na China está fora de controle. Enquanto isso, aqui no Brasil o
ideólogo Olavo de Carvalho, o guru, levou um puxão de orelha dos militares; e
as lideranças dos caminhoneiros, em reunião com o governo esperam sucesso com a
ideia utópica de aumentar a tabela do frete mínimo, conforme aumenta o custo
com diesel. Deveriam, sim, se organizar em cooperativas de transporte, por
exemplo, a Cootram, de Nova Mutum/MT.
E seguimos na nossa campanha: ou o
Brasil cresce 4% ao ano ou não haverá riqueza pra ninguém. Pra isso, precisamos
de um plano agroindustrial nacional pra já.